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domingo, 14 de agosto de 2011

Ainda quando crianças

A gente aprende desde criançinha a dar aquilo que sempre recebeu.
Aquela educação que nossos pais nos deram. Toda aquela insistência em ter modos, comer de boca fechada. Para as meninas – manter as pernas fechadas, andar feito moçinha, não sentar em colo de homens. Não falar de boca cheia, em se comportar nos lugares, não falar o que não deve ser dito ou o que não perguntaram. Não pedir demais, saber esperar, não responder os mais velhos, não mentir, não pegar as coisas dos outros sem pedir – se não for seu, devolva. Não desobedecer aos mais velhos. 

Sabe? “Poucas coisas” que quando for a sua vez de ser mãe ou pai, você fará tudo exatamente igual? Pode ser imposto de outra forma, mas as insistências serão as mesmas. Afinal, os princípios não mudam. Mas e quando a gente cresce? As insistências são as mesmas? 
Será que em algum momento da nossa vida a gente para pra reconhecer tudo o que eles fizeram? Aquilo que eles construíram e a forma que tentaram moldar, aos olhos deles, da melhor maneira? Será?
E quando a gente cresce, quando pegam as nossas coisas e não cuidam e às vezes até as destroem? E quando brincam com os nossos sentimentos e com o nosso coração? O que fazemos? Damos a outra face ou revidamos? – E agora, o que fazer?

Minha mãe me ensinou a não revidar. Disse-me certa vez que não podemos errar com base nos erros dos outros, que isso também seria errado. Ela me disse que devemos aprender a perdoar mais, que só assim nos tornaríamos seres melhores. Que eu não fizesse com os outros, aquilo que eu não queria que fosse feito comigo ou com um familiar meu. Disse que o orgulho não leva ninguém a lugar nenhum e que numa boa conversa sempre nos sairíamos melhor do que numa discussão.
De fato, a vida nos ensina muitas coisas. As derrotas, as vitórias. Idas e vindas. Quedas. Erros e acertos. Sabe? A vida realmente nos ensina tudo àquilo que não pode ser compreendido nas salas de aula e muito menos por nossos pais. Eles não podem nos vendar e maquiar as coisas para assim sermos felizes. Quando precisamos, eles estão sempre presentes nos guiando com base nas suas próprias experiências de vida. 

 Mas o que a vida nos ensina, o que aprendemos na escola, nada disso tem mais valor do que cultivamos quando crianças. Aquilo que hoje representa o que somos. A própria essência.

Um comentário:

  1. Acho que sou uma pessoa muito bem educada então.

    Você escreve pra porra.

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