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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


Eu fico aqui sentada no banco alto, escorada no balcão esperando um pé de pessoa aparecer.
Lá vêm eles. Fazendo barulho, numa felicidade aparente só. Mas logo passam. Logo só resta o vazio. Eu fico daqui observando os passarinhos comendo os ciscos do chão. O vento levando as folhas secas, as galhas e as cadeiras. Meu cabelo quando solto, fica cheio de nó.
Tem dias que o sol está escandaloso. Queima meu juízo, o resto que tem. Mas hoje, hoje o dia tá nublado e tem ventado bastante. Eu gosto dessa brisa.

Ai vem um maluco e coloca o som alto, estrondando meus ouvidos. O pior não é nem a altura, mas a qualidade da música. Se é que eu posso chamar isso de música.
Mas é tudo tão relativo que eu deixo pra lá. Eu deixo passar e quando vi, já passou. E eu só consigo reparar como as folhas do coqueiro se movem quando o vento sopra.
Não sei se é estranho pra você, mas eu consigo ver a fotografia das coisas.

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