Eu fico aqui sentada no banco alto, escorada no
balcão esperando um pé de pessoa aparecer.
Lá vêm eles. Fazendo barulho, numa felicidade
aparente só. Mas logo passam. Logo só resta o vazio. Eu fico daqui observando
os passarinhos comendo os ciscos do chão. O vento levando as folhas secas, as
galhas e as cadeiras. Meu cabelo quando solto, fica cheio de nó.
Tem dias que o sol está escandaloso. Queima meu
juízo, o resto que tem. Mas hoje, hoje o dia tá nublado e tem ventado bastante.
Eu gosto dessa brisa.
Ai vem um maluco e coloca o som alto, estrondando
meus ouvidos. O pior não é nem a altura, mas a qualidade da música. Se é que eu
posso chamar isso de música.
Mas é tudo tão relativo que eu deixo pra lá. Eu
deixo passar e quando vi, já passou. E eu só consigo reparar como as folhas do
coqueiro se movem quando o vento sopra.
Não sei se é estranho pra você, mas eu consigo ver
a fotografia das coisas.
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