Dear I

“Querido Joe,

Faz tanto tempo que não te escrevo. Há tanto tempo não nos falamos, desde aquele dia... Fico me perguntando como andam as coisas por aí. O que será que está de tão diferente? Como está a sua vida sem mim? Bom, sei que o fim da nossa relação não foi tão amigável, mas ultimamente tenho pensado tanto em você, na gente. O que fizemos de errado para não estarmos mais juntos? O erro foi meu ou foi nosso? Já não consigo me lembrar dos nossos momentos de conflito. Não sei o que pode significar para você, mas nesses últimos meses tenho pensado apenas como éramos felizes juntos e o quanto sinto a sua falta. Sabe aquele ditado em que dizem “só quando perdemos é que damos valor”? Bom, eu pergunto-me: Será que eu o perdi? Para sempre?

Essas palavras devem estar soando para você de uma forma desajeitada, descontrolada e conturbada, eu sei. É assim que estou me sentindo. Confusa. Sei que reatar com você nessas condições seria algo irracional. O amor é irracional. Mas ainda há uma dúvida: Será que isso ainda é amor?

Margareth.”

- Eu contava desesperadamente os dias. Eu esperava um retorno dele, mesmo que fosse uma folha de papel em branco. Os meses foram angustiantes, mas eu o conhecia bem. Foram anos de convivência. Ele não suportaria deixar-me sem uma resposta. Nem que fosse para chamar-me de louca, estúpida e inconseqüente.