[...]
- “Assim a nossa conta de água virá um absurdo. – Ele tivera se
juntado a mim e eu sequer percebi a sua presença, o calafrio foi exatamente
quando ele abrira a porta do boxe. Lentamente pude sentir seu toque, ele fizera
questão de ser cauteloso, sem pressa. Permaneci de costas para ele, passando
suas mãos sob a minha cintura, pude sentir arrepios constantes. Eu podia sentir
o seu desejo, a chama que emanava por sua pele através do seu toque. Ele
explorou todo o meu corpo, parte por parte. Então, abraçou-me apertado e pude
sentir todo o calor do seu corpo, todo choque térmico. Havia uma mistura de
sentimentos no ar; ternura, paixão, desejo, amor, clamor. Eu clamava por ele.
Virei-me para assim poder fitar os seus olhos. Não consegui me conter no seu
olhar por muito tempo, seus lábios gritavam pelos meus, e os meus ainda mais. O
beijei como nunca tivera feito antes, nossos corpos se tocavam, havia muito desejo de ambas as partes,
eu já não controlava os meus atos, muito menos ele, estávamos completamente
entregue um ao outro e sabíamos que a noite seria longa”.
Passaram-se dias, meses e todas as
noites eu me lembrara daquela primeira, de muitas noites que passaríamos
juntos. Aquele dia que nos reencontramos, que nos (re)conciliamos, foi tudo tão
mágico. Todas as noites fico sonhando, literalmente, (re)vivo aquele dia. O dia
da minha formatura estava chegando e o estresse veio à tona. Eu não estava
confiante em mais nada. Nervosa, só fazia comer feito uma louca até o tão
esperando dia. Joe estava sempre comigo, mas ele também tinha as suas
obrigações e responsabilidades, não podia simplesmente parar tudo. Bem que eu
queria.
Apesar de não ser algo tão
especial assim, afinal, eu já estava formada, e aflita. Comendo muito e
engordando.
– Mag? – Eu pudera ouvir a
ansiedade em sua voz e corri para seus braços.
– Meu amor, que saudades – Acho
que devo ter dado cerca de cem beijos por segundo nele – Ele sorriu. – Calma.
Também estava morrendo de saudades de você, meu anjo – Tirando algo do bolso,
ele trouxera algo para mim – Eu trouxe algo para você, uma pequena lembrança,
não é nada demais.
Eu já estava aflita com toda
aquela minha situação; formatura, festa, comida e gordura. Agora, ele me
aparecera com um presente. Rum. Uma lembrançinha. Sei. Ele me pôs no chão e se
ajoelhou. Eu não sabia mais no que pensar, aliás, no que ele estava pensando?
Ele queria literalmente acabar comigo? O que ele estava fazendo? Meus olhos
estavam sim, esbugalhados. Em cerca de segundos, entrei em pânico. – Respirei.
– Vai Joe, fala logo que você está
de brincadeira. Aliás, levante-se, eu não gosto de surpresas. – Sim, eu estava
histérica e ele, ele só fazia rir de mim, da situação ou de lá se sabe o quê.
– Que saco Jonathan, SE LEVANTE! –
Além de histérica, comecei a ficar impaciente e andar de um lado para o outro,
naquela maldita sala.
– Mag... – Houve uma pausa na sua
voz, eu pudera sentir a hesitação.
– Q-q-q-q-q-uer se ca-a-a-asar...
Comigo? – Eu comecei a tossir descontroladamente. Fiquei tensa. Muito tensa. Na
verdade, eu começara a sentir várias sensações, inclusive, enjôo.
– Joe, estou... – Não deu tempo de
terminar a frase, coloquei tudo pra fora.
– Grávida? – Seus olhos brilhavam
como nunca tivera visto. Nem mesmo no dia em que ele voltou para mim. Logo me
recuperei daquele mal estar. Agora, já tinha condições de falar, ou não.
– Grávida, não. Casar... – Pausei
– Nós já somos casados, meu amor.
– Digo, oficialmente, Margareth.
Igreja, festa... – Engoli seco quando ele dissera isso.
– Que-e-e-ero. Claro que eu quero.
Sem sombras de dúvidas. Não, eu não tenho dúvidas nenhuma meu amor. Eu estou
muito feliz, eu vou me casar com você – Ele me beijara. Só assim para poder me
calar.
– Você está bem? Por que passou
tão mal assim?
– Comi demais, só isso.
– Tem certeza?
– Sim, tenho – Por um curto
momento, parei para pensar se eu realmente tivera certeza. E não tinha.
– Claro! Absoluta, Joe, não se
preocupe.
Eu podia perceber que ele não
acreditara muito no que eu tinha dito, mas engoliu. Eu ainda estressada com a
ideia da festa de formatura e agora ele me veio com mais essa: casamento. Sem
dúvidas era tudo que eu mais queria, mas tudo está acontecendo tão rápido
que... – Corri para o banheiro. Vomitei.
– Mag! Mag! O que está acontecendo?
– Arg! Nada, Joe. Vamos dormir.
O dia da formatura enfim tivera
chegado, estava tudo pronto. Meus enjôos ficaram cada vez mais freqüentes. Eu
não quisera nem pensar nisso agora. Gravidez. Não podia perder o foco. Dia de
fazer discurso e nada poderia sair errado. Absolutamente nada.
Tivera saído tudo como eu esperava
e planejava. Joe estava lá me prestigiando. E a festa, a festa foi um arraso.
Nunca estivera tão feliz na vida. Formada e com o amor da minha vida ao meu
lado. O que mais poderia me acontecer? Lapsos vieram em minha cabeça. Meu mal
estar, enjôos, toda aquela extravagância em comida. Fiquei
boquiaberta.
– O que foi amor? Por que está com
essa cara e tão pálida? – Senti de leve a sua preocupação, mas não o respondi.
Ignorei. Lágrimas começaram a inundar meu rosto e de leve, sorri.
– Mag, me diz o que está
acontecendo meu bem. Por que você está chorando e sorrindo. O que foi que houve?
– Tentando manter-se tranquilo, mas já estava sendo impossível para ele me ver
naquele estado.
– Calma, já volto – Pulei do sofá
e corri para o quarto. Dentro da gaveta tinha um caderninho que desde a
adolescência eu anotara o dia que a minha menstruação viera. Procurei no mês de
dezembro e não tinha nada escrito, novembro também nada e outubro também não.
Mas como? Como eu não percebi? Três meses, três meses tivera se passado e eu
não tivera anotado nada.
– Jooooooooooooooe! Joe! Joe! –
Gritei descontroladamente e sai correndo ao seu encontro, mas no caminho o
encontrei.
– O que foi Mag? – Seus olhos
estavam perplexos de ansiedade, terror, medo.
– Joe, minha... Minha
menstruação... – Eu tremia ao falar.
– O que tem Mag? – Ele estava com
medo, eu pudera sentir.
– Joe, e-e-eu acho que-e-e estou
grá-a-a-a-avida. – Lágrimas escorreram sob meu rosto. Eu não sabia se estava
feliz demais ou preocupada demais. Joe ficou calado, sem reação. Ele
simplesmente não me dissera nada. Nada.
– Joe, fala alguma coisa. O que eu
faço?
– Mag, se-e-e-erá? Você está
grávida?
– Não sei ainda Joe, mas está a três meses atrasada. Eu não anotei no meu caderninho. Mas como? Por que eu fiz
isso? Aliás, por que não o fiz?
– Calma, Mag. Isso é ótimo. – Ele
estava sorrindo como nunca.
– Tenho que fazer o teste para ter
certeza. Isso explica a comilança. Isso explica muita coisa e com o estresse da
formatura, não percebi. Como sou estúpida.
–Pxiu, pare com isso sua boba,
vai dar tudo certo. Seremos muito felizes, quer dizer, ainda mais.
Eu fizera o bendito teste de
gravidez, e toda aquela coisa de ter filho de novo, me assustava. Apesar de não
chegar a ter um. Parecia que tinha uma tonelada de entulho no meu peito,
esmagando o mesmo. Uma dor e uma angústia terrível.
Mas nada ia tirar de mim essa
felicidade, essa oportunidade de ser feliz. Com meu filho e com meu futuro marido,
afinal, o teste tivera dado positivo.
o outro texto é seu, certo? Muito bonito. Parabéns pelo blog, beijos.
ResponderExcluirO de cima, sim... Eu só coloquei aí porque tem muito tempo que eu não escrevia sobre ele... Ai coloquei o último Dear. :)
ResponderExcluirObrigada, anjo. Beijos.
Humm o que dizer...Amei...perfeito como os outros, lindo como sempre xD. Parabéns Camilinha, muito bom mesmo, você escreve bem demais. Beijos e mais uma vez Parabéns.
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