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terça-feira, 28 de junho de 2011

Dear VIII

Para quem não lembra do final do Dear VII, aqui vai o último trecho:

[...]
- “Assim a nossa conta de água virá um absurdo. – Ele tivera se juntado a mim e eu sequer percebi a sua presença, o calafrio foi exatamente quando ele abrira a porta do boxe. Lentamente pude sentir seu toque, ele fizera questão de ser cauteloso, sem pressa. Permaneci de costas para ele, passando suas mãos sob a minha cintura, pude sentir arrepios constantes. Eu podia sentir o seu desejo, a chama que emanava por sua pele através do seu toque. Ele explorou todo o meu corpo, parte por parte. Então, abraçou-me apertado e pude sentir todo o calor do seu corpo, todo choque térmico. Havia uma mistura de sentimentos no ar; ternura, paixão, desejo, amor, clamor. Eu clamava por ele. Virei-me para assim poder fitar os seus olhos. Não consegui me conter no seu olhar por muito tempo, seus lábios gritavam pelos meus, e os meus ainda mais. O beijei como nunca tivera feito antes, nossos corpos se tocavam, havia muito desejo de ambas as partes, eu já não controlava os meus atos, muito menos ele, estávamos completamente entregue um ao outro e sabíamos que a noite seria longa”.


Passaram-se dias, meses e todas as noites eu me lembrara daquela primeira, de muitas noites que passaríamos juntos. Aquele dia que nos reencontramos, que nos (re)conciliamos, foi tudo tão mágico. Todas as noites fico sonhando, literalmente, (re)vivo aquele dia. O dia da minha formatura estava chegando e o estresse veio à tona. Eu não estava confiante em mais nada. Nervosa, só fazia comer feito uma louca até o tão esperando dia. Joe estava sempre comigo, mas ele também tinha as suas obrigações e responsabilidades, não podia simplesmente parar tudo. Bem que eu queria.
Apesar de não ser algo tão especial assim, afinal, eu já estava formada, e aflita. Comendo muito e engordando.
– Mag? – Eu pudera ouvir a ansiedade em sua voz e corri para seus braços.
– Meu amor, que saudades – Acho que devo ter dado cerca de cem beijos por segundo nele – Ele sorriu. – Calma. Também estava morrendo de saudades de você, meu anjo – Tirando algo do bolso, ele trouxera algo para mim – Eu trouxe algo para você, uma pequena lembrança, não é nada demais.
Eu já estava aflita com toda aquela minha situação; formatura, festa, comida e gordura. Agora, ele me aparecera com um presente. Rum. Uma lembrançinha. Sei. Ele me pôs no chão e se ajoelhou. Eu não sabia mais no que pensar, aliás, no que ele estava pensando? Ele queria literalmente acabar comigo? O que ele estava fazendo? Meus olhos estavam sim, esbugalhados. Em cerca de segundos, entrei em pânico. – Respirei.
– Vai Joe, fala logo que você está de brincadeira. Aliás, levante-se, eu não gosto de surpresas. – Sim, eu estava histérica e ele, ele só fazia rir de mim, da situação ou de lá se sabe o quê.
– Que saco Jonathan, SE LEVANTE! – Além de histérica, comecei a ficar impaciente e andar de um lado para o outro, naquela maldita sala.
– Mag... – Houve uma pausa na sua voz, eu pudera sentir a hesitação.
– Q-q-q-q-q-uer se ca-a-a-asar... Comigo? – Eu comecei a tossir descontroladamente. Fiquei tensa. Muito tensa. Na verdade, eu começara a sentir várias sensações, inclusive, enjôo.
– Joe, estou... – Não deu tempo de terminar a frase, coloquei tudo pra fora.
– Grávida? – Seus olhos brilhavam como nunca tivera visto. Nem mesmo no dia em que ele voltou para mim. Logo me recuperei daquele mal estar. Agora, já tinha condições de falar, ou não.
– Grávida, não. Casar... – Pausei – Nós já somos casados, meu amor.
– Digo, oficialmente, Margareth. Igreja, festa... – Engoli seco quando ele dissera isso.
– Que-e-e-ero. Claro que eu quero. Sem sombras de dúvidas. Não, eu não tenho dúvidas nenhuma meu amor. Eu estou muito feliz, eu vou me casar com você – Ele me beijara. Só assim para poder me calar.
– Você está bem? Por que passou tão mal assim?
– Comi demais, só isso.
– Tem certeza?
– Sim, tenho – Por um curto momento, parei para pensar se eu realmente tivera certeza. E não tinha.
– Claro! Absoluta, Joe, não se preocupe.
Eu podia perceber que ele não acreditara muito no que eu tinha dito, mas engoliu. Eu ainda estressada com a ideia da festa de formatura e agora ele me veio com mais essa: casamento. Sem dúvidas era tudo que eu mais queria, mas tudo está acontecendo tão rápido que... – Corri para o banheiro. Vomitei.
– Mag! Mag! O que está acontecendo?
– Arg! Nada, Joe. Vamos dormir.

O dia da formatura enfim tivera chegado, estava tudo pronto. Meus enjôos ficaram cada vez mais freqüentes. Eu não quisera nem pensar nisso agora. Gravidez. Não podia perder o foco. Dia de fazer discurso e nada poderia sair errado. Absolutamente nada.

Tivera saído tudo como eu esperava e planejava. Joe estava lá me prestigiando. E a festa, a festa foi um arraso. Nunca estivera tão feliz na vida. Formada e com o amor da minha vida ao meu lado. O que mais poderia me acontecer? Lapsos vieram em minha cabeça. Meu mal estar, enjôos, toda aquela extravagância em comida. Fiquei boquiaberta.
 O que foi amor? Por que está com essa cara e tão pálida? – Senti de leve a sua preocupação, mas não o respondi. Ignorei. Lágrimas começaram a inundar meu rosto e de leve, sorri.
 Mag, me diz o que está acontecendo meu bem. Por que você está chorando e sorrindo. O que foi que houve? – Tentando manter-se tranquilo, mas já estava sendo impossível para ele me ver naquele estado.
 Calma, já volto – Pulei do sofá e corri para o quarto. Dentro da gaveta tinha um caderninho que desde a adolescência eu anotara o dia que a minha menstruação viera. Procurei no mês de dezembro e não tinha nada escrito, novembro também nada e outubro também não. Mas como? Como eu não percebi? Três meses, três meses tivera se passado e eu não tivera anotado nada.
 Jooooooooooooooe! Joe! Joe! – Gritei descontroladamente e sai correndo ao seu encontro, mas no caminho o encontrei.
 O que foi Mag? – Seus olhos estavam perplexos de ansiedade, terror, medo.
 Joe, minha... Minha menstruação... – Eu tremia ao falar.
 O que tem Mag? – Ele estava com medo, eu pudera sentir.
 Joe, e-e-eu acho que-e-e estou grá-a-a-a-avida. – Lágrimas escorreram sob meu rosto. Eu não sabia se estava feliz demais ou preocupada demais. Joe ficou calado, sem reação. Ele simplesmente não me dissera nada. Nada.
 Joe, fala alguma coisa. O que eu faço?
 Mag, se-e-e-erá? Você está grávida?
 Não sei ainda Joe, mas está a três meses atrasada. Eu não anotei no meu caderninho. Mas como? Por que eu fiz isso? Aliás, por que não o fiz?
 Calma, Mag. Isso é ótimo. – Ele estava sorrindo como nunca.
 Tenho que fazer o teste para ter certeza. Isso explica a comilança. Isso explica muita coisa e com o estresse da formatura, não percebi. Como sou estúpida.
Pxiu, pare com isso sua boba, vai dar tudo certo. Seremos muito felizes, quer dizer, ainda mais.
Eu fizera o bendito teste de gravidez, e toda aquela coisa de ter filho de novo, me assustava. Apesar de não chegar a ter um. Parecia que tinha uma tonelada de entulho no meu peito, esmagando o mesmo. Uma dor e uma angústia terrível.
Mas nada ia tirar de mim essa felicidade, essa oportunidade de ser feliz. Com meu filho e com meu futuro marido, afinal, o teste tivera dado positivo.

3 comentários:

  1. o outro texto é seu, certo? Muito bonito. Parabéns pelo blog, beijos.

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  2. O de cima, sim... Eu só coloquei aí porque tem muito tempo que eu não escrevia sobre ele... Ai coloquei o último Dear. :)
    Obrigada, anjo. Beijos.

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  3. Humm o que dizer...Amei...perfeito como os outros, lindo como sempre xD. Parabéns Camilinha, muito bom mesmo, você escreve bem demais. Beijos e mais uma vez Parabéns.

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